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Olhando para a distância de outra forma.




Muitas vezes escutamos frases como “mas porquê vocês não voltam?” ou “agora que estão com filho vão voltar né? Tem que criar perto da família.”


E entendemos que é preocupação, saudade e amor. Escolher morar fora é uma decisão somente nossa, mas que envolve sentimentos de muitos. Por mais que tenhamos a ajuda da tecnologia, jamais poderemos suprir a sensação dos que ficaram de que estão ‘perdendo’ o crescimento do nosso filho.


Por outro lado, por aqui enfrentamos diariamente as dificuldades de criar nosso pequeno longe das nossas raízes. Falar de falta de rede de apoio ou não ter com quem deixar é focar no superficial. Aqui nosa rede de apoio é paga, e está tudo bem, conseguimos gerenciar de forma que encontramos nosso equilíbrio. Mas família é muito mais que ‘ter com quem deixar’. E nós sabemos disso. Assim como todos que resolveram voar, nós sentimos isso.


Eu sou família. Cresci sendo criada por duas famílias unidas tanto de parte de pai como de mãe. Somos preocupados um com os outros, estamos sempre juntos em festas e tem muito amor, muito abraço, muito beijo e muito choro em nossas reuniões.


Mas, então, vale a pena estar longe?


Talvez essa seja a pergunta de um milhão de dólares. Mas a questão que as famílias que possuem membros que foram para fora precisam entender é:

Não escolhemos estar longe. Pelo menos para mim que sou família, a ideia nunca foi ir para longe da minha.


Queremos é estar mais perto.


Mais perto dos nossos sonhos, mais perto de sermos nossa versão mais poderosa e forte, capaz de enfrentar desafios que jamais enfrentaríamos se estivéssemos ficado. Mais perto dos nossos objetivos, da qualidade de vida que queremos para nós e para nosso filho.


Estar longe nunca foi e nunca será nosso objetivo, assim como não é para vários pais que escolhem morar fora com seu(s) filho(s).


A distância dói aqui também. Os almoços em família que não presenciamos, doem. As festas, bebedeiras e risadas que só vemos nos grupos da família, doem também. Ver as pessoas envelhecendo e até partindo sem darmos o último abraço, ah como dói.



Mas sabemos que não há amor sem dor assim como não há escolha sem renúncia.


Se hoje você tem alguém em sua família que resolveu voar, entenda que essa pessoa talvez não queira ir para longe.


Talvez eles busquem um sonho, ou já o vivem, estando fora. Talvez seja temporário, ou talvez eles sentem que pertencem a outro lugar. Talvez eles queiram testar o poder das suas asas e ver quão longe elas podem ir. Mas antes de pedir para que eles voltem, entenda que eles têm um motivo para estar voando.


E saiba que, não importa quão longe a gente voe, jamais esqueceremos o caminho de casa.



“Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era para sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba.”

Cássia Eller - Por Enquanto

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Obrigada pela visita!

Olá, sou Paty Zanon, moro há 8 anos nos EUA e sou uma proud mom de um ser humaninho de três anos.

 

Aqui, meu amor pela escrita ganha vida, onde discuto maternidade, vida no exterior e dicas valiosas de outras mães.

 

Este espaço reflete a jornada de mães em busca de seus sonhos.

 

Bem-vindas à minha partilha de experiências e conexão!

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